O momento do feedback não costuma ser o preferido dos gestores ― e, muito menos, dos colaboradores. Não à toa, uma pesquisa da agência de educação financeira Insperiência mostrou de 50% dos 320 gestores analisados assumiram não saber dar feedback. Se você também tem essa dificuldade, saiba que está desperdiçando uma excelente ferramenta de crescimento, tanto para a sua equipe quanto para a sua empresa.
Mostrar aos superiores que o feedback precisa ser implementado na cultura organizacional é a melhor forma de traçar uma estratégia eficaz. E, se você ainda precisa de argumentos para provar que o feedback é imprescindível para promover um melhor ambiente empresarial, continue lendo este artigo.
No começo deste texto, falamos que o feedback é temido pelos dois lados: por quem oferece e por quem recebe. Na verdade, esse temor só mostra que essa ferramenta está sendo mal aplicada. O feedback, quando dado com tato e empatia, pode promover resultados significativos na produtividade dos colaboradores. Quem diz isso é uma pesquisa realizada pela HubSpot. Confira alguns números:
A pesquisa também apontou que empresas que adotam a cultura do feedback tiveram a taxa de turnover reduzida em 14,9%. Esse número tem um alto impacto na performance de qualquer time: equipes mais alinhadas reduzem a taxa de erros, mantém boa comunicação interna e têm mais satisfação em desempenhar seu papel.
Empresas de todos os segmentos e portes já perceberam a riqueza que o feedback constante pode oferecer. O banco de investimentos Goldman Sachs Group, por exemplo, adotou um software que permite aos colaboradores solicitarem feedbacks a hora que quiserem a gestores e colegas. As conversas de retorno, que aconteciam anualmente, agora ocorrem logo após grandes reuniões ou lançamento de produtos.
Por outro lado, a falta de feedback periódico pode gerar custos para a organização diretamente, com erros que comprometem projetos e negociações, e indiretamente, por meio de retrabalhos. Sem saber quais seus pontos de melhoria, os colaboradores sentem-se negligenciados, ocasionando no baixo engajamento nas ações da empresa. Por que ele se envolveria tão intimamente com o cumprimento de metas se ele não sabe se está agindo certo ou se seu trabalho faz diferença para a empresa?
Instituir o feedback contínuo na cultura organizacional, sem dúvidas, melhora o entrosamento e os resultados da equipe. Além disso, mostra aos superiores que o gestor está investindo no desenvolvimento pessoal e profissional do colaborador e está interessado no aprimoramento dos processos no ambiente empresarial.
Como todo novo processo, o feeedback precisa ser instituído de forma organizada e flexível. Afinal, melhoramentos podem ser necessários dependendo da rotina do gestor e equipe e outras particularidades.
Abaixo, você encontra algumas dicas que podem fazer com que essa implementação seja mais assertiva desde o primeiro momento.
É bastante comum que as contratações aconteçam sob demanda: você precisa de um profissional para a sua equipe e admite o que mais se enquadra na vaga. Para inserir o feedback na cultura organizacional, o momento da contratação é perfeito: aqui, você tem uma conversa direta com o novo contratado onde pode alinhar as expectativas. O que a sua empresa quer e pode oferecer, em contrapartida? Ele está disposto a se engajar para suprir as expectativas?
É interessante ter esse primeiro momento registrado formalmente para que, ao longo dos meses, gestor e liderado possam saber, ponto a ponto, o que vem sendo atendido. Se você gera ou lidera uma equipe, deve saber que é comum o novo colaborador aceitar os termos propostos na entrevista e, com o passar do tempo, diminuir o engajamento. Por este motivo que os acordos escritos são uma boa ferramenta para inserir o feedback no ambiente empresarial.
Um erro bastante comum entre gestores é acreditar que o feedback é uma única conversa com o colaborador, ou então, que deve acontecer apenas no balanço de final de ano, como acontecia na Goldman Sachs. Muito pelo contrário! Quem deseja instituir o feedback na cultura organizacional, deve dar a ele a atenção ― e a regularidade ― que merece.
É imprescindível que seja elaborado um calendário para as conversas de retorno. O feedback não serve apenas para mostrar ao colaborador os seus pontos de melhoria; mas sim para acompanhar o seu desenvolvimento e traçar estratégias, baseadas em metas, para que essas evoluções sejam possíveis.
Implementar um novo processo na cultura organizacional gera grandes mudanças no ambiente empresarial. Quem está começando a perceber o valor do feedback e quer implementá-lo junto a equipe deve estar aberto para, também, receber avaliações do próprio trabalho.
É recomendado que os colaboradores tenham um canal aberto para sugerir melhorias ou relatar dificuldades com seus próprios gestores. Essa troca de informações enriquece o processo, tornando-o mais assertivo e personalizado para a realidade da empresa.
Um dos motivos do feedback ser tão temido é a falta de tato na hora de realizá-lo. Alguns gestores acabam aproveitando o momento para “descarregar” tudo de uma única vez e o colaborador tende a ver esta situação como de “puxão de orelha”.
Portanto, seja cuidadoso na hora de escolher as palavras. Isso não quer dizer que assuntos delicados e conversas mais sérias devam ser evitadas. Mas, ao fornecer um feedback negativo, mostre ao colaborador como você pode ajudá-lo a se desenvolver melhor. Uma conversa franca, respeitosa e com foco em potencializar as habilidades do liderado aumentam a confiança do colaborador na empresa.
Após pouco tempo da implantação da cultura do feedback, é possível saber se as ações estão tendo o retorno esperado. Para saber quais métricas utilizar, é preciso ter definido quais as principais dificuldades que o processo visa a eliminar.
Taxa de turnover, de retrabalho, faltas e afastamentos podem ser bons parâmetros para atestar a eficiência das conversas.
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Mesmo que sejam introduzidas ferramentas que auxiliem no processo, como aquelas voltadas à melhora da comunicação interna, o custo de implementação do feedback na cultura organizacional é muito baixo quando comparado ao de outras ações que visam estimular a produtividade.
O maior investimento dá-se no âmbito humano: planejar as conversas, ter os feedbacks registrados para acompanhamento e mensurar os resultados. Em contrapartida, os efeitos vindos dessa nova cultura podem ser vistos, inclusive, financeiramente, com o aumento da produtividade e diminuição de erros.
Outras melhorias também poderão ser percebidas no ambiente empresarial como o maior engajamento dos colaboradores, melhor integração da equipe e o desenvolvimento pessoal e profissional de cada colaborador, individualmente.
Após a leitura deste artigo, você tem em mãos ótimos argumentos para pleitear o feedback constante como parte da cultura organizacional. Buscar instituir essa prática, traz reconhecimento profissional para toda a equipe, especialmente, para o gestor.